Crítica - Ação Magazine Nº 02


Olá você!
Quanto tempo desde a crítica do primeiro número, não?
Sabem, eu acompanhei a Ação Magazine pelo Facebook e por outras mídias desde aquela época. Fiquei sentido quando soube do rolo que realmente aconteceu com o autor de Arcabuz, desde esse dia abandonei o grupo no Facebook.

 
Dou uma olhada no grupo de vez em quando e as coisas estão quase do mesmo modo de quando eu o abandonei: gente perguntando da revista e um sem-número de usuários que querem ser publicados, a despeito de terem lido ou não a revista.
Ok, sendo justo, pelo que vejo ali, a maioria NÃO LEU a revista e nem quer ler. Querem ser publicados, ter seus 15 minutos de fama e daí adeus para todo sempre.
Michel Borges, eu não sabia que o senhor tinha tantos clones, sabia?
Enfim, eu deveria ter escrito essa crítica faz tempo, me recordo que recortei os comentários que fiz de cada uma das outras histórias na crítica ao número 1 e mandei para cada um dos e-mails dispostos no site, na vã esperança que algum artista pelo menos respondesse.
Ah, como eu sou ingênuo!
Que o Alexandre Soares ( Alex Lancaster ) não me responderia isso eu sabia. Idem para o Sr. Will Walbr, autor de Madenka, que gentilmente me bloqueou no Facebook, afinal de contas, não sou digno de ver o que ele tem a dizer.
Agora, nenhuma resposta do pessoal de Tunado? Nada do pessoal de Jairo, que foi a história que eu mais gostei?
É, pelo visto o Lancaster baixou ordem geral lá pra não responderem nada de ninguém que tivesse vínculo com o Zé Roberto.
Ei preta véia, valeu hein? Por essas e outras prefiro comentar coisas do pessoal novato do que dessa ralé que “ai, eu publiquei impresso, sou foda, rs.”
Sei...
Bom...*estala o pescoço* Bora pras críticas? Acho que já expurguei um pouco meu mimimi de ressentido(a).
Avisando desde já que a crítica está recheada de SPOILERS, quer dizer, eu falo mesmo o que acontece na história, se não quiser ler, não leia.
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Madenka – Capítulo 2: Vocês devem se recordar que no último capítulo teve um gancho leve, levíssimo por sinal, mostrando que o Afrânio-Afrânio não tinha sido vencido completamente, né?
Pois é, ele volta no capítulo 2, cheio de graça para acabar com a raça do Madenka. De quebra, ele ataca a cidade onde o Madenka mora e o garoto e o Batala, o porco-do-mato mestre dele tem que se virar para segurar o dito cujo.
E como você deve imaginar, eles conseguem.
Uma coisa a ser considerada com respeito ao primeiro capítulo é que Madenka manteve o nível de ação do primeiro número, mesmo com menos páginas.
Bem, eu ainda não simpatizei com Madenka. Por enquanto, minha postura perante a mesma continua sendo a mesma do capítulo 1: apatia.
Eu poderia ficar mais contente especulando sobre o que pode acontecer ou temas a serem abordados, como ocorre em Tunado, mas lendo o 2º capítulo de Madenka ainda não tive um estalo, uma idéia, algo que possa me animar a pensar sobre.
Ah, revelado que a menina lá amiga do Madenka, a Vaina é mesmo menina. Tinha batido uma dúvida brava no número 1 acerca do sexo dela. Eu sei que é um personagem secundário, mas tu ver uma menina batendo bola e nenhum personagem comentar o gênero da menina numa linha que fosse, deixou isso obscuro.
Enfim, veremos se as coisas mudam. O final do capítulo 2 deixa claro que Madenka e Batala vão deixar a cidade e meter o pé no mundo, indo viver aventuras. Talvez a história melhore.
Se bem que senti pela falta da Sienna, a loba-guará cover da Lara Croft nessa edição. Eu achei ela uma boa personagem, mas bem, o Will manda no roteiro, né?
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Tunado – Capítulo 2: Eu tinha comentado na última crítica que Tunado não tinha me chamado a atenção, PORÉM ele possui uma temática mais madura que Jairo e isso pode render histórias mais interessantes que o simples racha de carros pela madrugada.
Nesse capítulo surge um novo adversário para competir com Daniel, o cara é um canalha, isso nota-se de longe e quando ele desafia Daniel para um racha é que vemos o nível do cidadão, chamado Carlos.
“Você é um covarde como seu tio?”
Cara!
Eu gostei desse personagem. Fica claro que vai rolar um racha na edição 3 e que dessa vez, Daniel vai precisar bem mais que um drift para vencer.
Paralelamente, o pai de Daniel está investigando corridas ilegais com ajuda da polícia, o interessante é que o pai de Daniel é delegado.
Quer dizer, embora não pareça, o cerco está se fechando e mais cedo ou mais tarde o pai de Daniel irá trombar com o próprio filho.
Promete, ah, promete!
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Jairo – Capítulo 2: Deveriam mudar o nome da história de "Jairo" para "Ivan", talvez.
Eu comentei que a presença do Ivan no primeiro capítulo saturou, não se sustenta mais. Era pra ele ter sumido no número 2.
Entendam, ele tomou uma senhora surra do Jairo. Sangrando, arrebentado.
Covardes como ele não ficam no pé do alvo em si, eles deixam pra lá, partem pra outra ou arrumam mais gente pra revidar.
Entendam, Ivan é um covarde!
Mas parece que vocês simplesmente ignoram isso e fazem essa forçada, essa mentira de segurar o Ivan perto do Jairo porque o Ivan é o "bandidão" que deve ser vencido pelo Jairo.
Mas lol, ele JÁ venceu.
De novo, não tinha necessidade de colocar o Ivan espancando o Vitor.
O que acontece depois? Jairo dá outra surra no Ivan e pfff, credo!
Sinceramente, espero que vocês me surpreendam pelo menos até a Ação Magazine número 4.
Se rolar alguma coisinha na Ação 3, melhor. Porque estou com uma impressão muito ruim de Jairo.
Eu gostei da história, entendem? Eu a acompanharia com prazer, mas esses erros bobos me irritam.
Eu perdoô a arte do Altair Messias, eu quero é ler uma história legal. Só isso. Pensei que Jairo poderia ser essa história, será que estou equivocado?
O número 3 e o número 4 vão ser minha resposta, sei disso.
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Bem, além das 3 aventuras que se iniciaram na primeira edição, as estréias da Ação Magazine são Rapsódia e Expresso.
E é delas que falarei agora.


Expresso, por Alexandre Lancaster ( Roteiro e Arte. )

A Mara, do site Mais de Oito Mil, comentou que as artes de Alexandre Lancaster para Expresso parecem antigas demais, retro demais, mesmo sendo uma história que fala de um começo de século com máquinas a vapor, inventos diversos e o Brasil ainda com suas tensões internas.
O personagem principal, Adriano, é um dos chamados "jovens inventores". Sua criação são braços e pernas mecânicos movidos a vapor. Adriano salva da Guarda Nacional um casal de camponeses e vai com eles para a cidade. Lá ele fica sabendo que existe uma disputa entre dois coronéis pelo controle da cidade.
Correndo em paralelo, misteriosos raios tem caído na cidade, matando pessoas e isso com o céu limpo.
Adriano é convidado pelos dois coronéis a tomar partido de um lado e tentar destruir o outro. Claro, ele não concorda com a situação e decide descobrir o mistério dos raios e dar um fim na disputa entre os dois malfeitores.
Spoileando agora, Adriano consegue, mas ao custo de mais mortes e a descoberta de um romance proibido entre os filhos dos coronéis.
E mesmo esse amor é apenas pretexto para mais mortes.
Gente má engolindo gente má é isso que mostra esse primeiro capítulo de Expresso.
Particularmente falando, eu gostei da história e das reviravoltas. A parte com a explicação do porquê dos relâmpagos saindo do chão e matando as pessoas foi meio maçante, mas válida pelo contexto da história.
Eu ousaria dizer que a melhor história da edição foi Expresso.
Mas ainda faltam uma meia-dúzia de coisas para a obra de Alexandre Soares me ganhar por completo.
Tem o caso da arte, eu não me importo tanto com isso, mas as outras pessoas podem não pensar como eu. Talvez seja o caso de conseguir um desenhista novo e passar apenas a roteirizar a coisa toda, como ocorre com a maioria das séries.
Embora o personagem Adriano seja um jovem, um tom sério permeia toda narrativa. As coisas não são bonitinhas e fofas, as pessoas sofrem e alguns não tem maiores objetivos na vida do que sobreviver.
E eu acho interessante esse clima. Passa uma idéia de realidade. Ou melhor é verossímil.
Mas ainda espero mais de Expresso, vamos ver como a história se desenvolve.
O que eu sei é que Expresso está mais para um Seinen do que um Shounen mesmo.
Pelo menos pra mim, claro!
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Rapsódia, por Fábio Sakuda ( Roteiro ) e Carlos Sneak ( Artes ).

O que eu posso dizer de Rapsódia...?
*longa pausa*
Bom, não tenho queixas por parte das artes do Carlos Sneak. O desenho dele é bonito, tanto que a capa da Ação Magazine 2 é dele.
Já comentei que não ligo tanto para traço, o que me interessa é a história sendo contada.
E nesse sentido é triste dizer que Rapsódia, para mim, é a pior história do número 2.
Primeiro, nomes escolhidos para os personagens.
"Ralph Reegampott". Jesus Cristo, de onde tu inventou esse nome, Sakuda? De boa. Representa pra mim aquele personagem de RPG de mesa que na falta de um nome melhor chutou qualquer coisa e tá legal.
E é interessante notar que não se usa durante a história o primeiro nome dele, Ralph, mas usam o termo Reegam. Até na chamada da história que está na página 3 está lá escrito Reegam.
Eu quero pensar que isso não é coisa de japa ( chamar pelo nome da família ao invés do primeiro nome ) disfarçada, porque assim: Ralph é um nome em inglês, eu sei que na Ação os nomes dos personagens puxam pra nomes comuns em português, excessões feitas a Madenka por razões óbvias.
Eu posso estar equivocado, mas chamar o protagonista de "Ralph" não vai matar ninguém. Fica até mais fácil do que pegar o sobrenome e quebrar, mas enfim isso fica a critério de vocês.
Agora, falando da história em si...
Reegam chega num pequeno povoado procurando sarna pra se coçar. Ele é recepcionado por dois garotos metidos a guardas. Depois de uma pequena confusão o pai dos garotos pega e coloca todos pra dentro.
Papo vai, papo vem, Reegam comenta dos gigantes, o pai dos garotos desconversa. Eles saem pra brincar.
Tá.
Sabem, uma coisa que sempre vi e sempre senti raiva quando lia histórias como Rapsódia, eram:
1. Ausência de maldade.
2. Ausência de coerência no cenário ou nos personagens.
É dose. O mundo medieval fantástico tem heróis, vilões, pessoas comuns, mas é isento de maldade real.
E quando o mesmo tem alguma maldade, ela beira a irrelevância. Não é maldade real, mas sim personagens excessivamente burros.
Eu já comentei isso quando critiquei aquela fanfic, "A jornada de lupe".
Qual não é o meu desgosto ao ver em Rapsódia os mesmos erros crassos dessa fanfic?
Explicando: quando Reegam e os garotos entram numa caverna aleatória, encontram o pai dos garotos com um gigante. O gigante, furioso por ter sido descoberto, vai pra cima, pega um dos meninos, sob o olhar atônito do pai.
Vocês estão acompanhando? O gigante pega numa mão um dos garotos. O garoto, coitado, deve ter no máximo uns 10 anos, é pequeno e fraco demais pro gigante.
O gigante o mataria sem esforço algum. E ele realmente os iria matar.
Não fosse o fato que o outro irmão do garoto preso saca o arco e flecha, atira contra o gigante e ele solta o irmão.
Ambos correm, deixando a caverna.
Seguinte...
SE, eu disse SE, o gigante fosse realmente mau como parecia ele matava ali o moleque. Até parece que ia esperar o outro usar o arco e flecha. O pai dos garotos não faria nada e quanto a Reegam, ele sumiu na cena.
Sumiu! Sim, sumiu!
Problema do erro não é o Reegam ter sumido, mas sim a situação em si.
Erro terrível, pelo menos pra mim, achar erro de fanfic mal-escrito numa história que se propõe ser "Épica".
Desculpa, "épica" é um termo muito forte pra essa história.
Muito forte mesmo.
Mas ok, erros existem para serem cometidos e se aprender com ele e não repetí-los.
Adiante na história, os meninos fogem, Reegam fala com o pai dos garotos e ele conta que por estar velho não tinha como vencer o gigante. Foi acertado um acordo, o pai dos meninos daria comida e água para o gigante, e o gigante não os pertubaria.
Vocês estão vendo? Então prestem atenção, o gigante não é burro.
Ele fez um acordo com o pai dos meninos, o pai dos meninos foi vencido em combate e o povoado era pequeno, só tinha o pai dos meninos de herói ali.
Ora, se o gigante quisesse avançar sobre a cidade, quebrando tudo, matando geral, nada o impediria.
Ninguém ali os salvaria.
E sabendo que o gigante não é burro, ele colocaria a população sob seu julgo. Mandaria neles, ameaçaria, mataria eles.
NUNCA, mas NUNCA que ele aceitaria um acordo desses. Pra ele aceitar uma coisa dessas teria que ter alguma coisa que o ameaçasse. Que fosse um perigo real para ele.
E esse perigo real não existia até a chegada de Reegam.
Isso senhores é um vilão burro.
Poderia ter ficado só nisso, sério, mas teve mais besteira.
Mesmo.
Depois do papo do Reegam com o pai dos meninos, o pequenino vai atrás do gigante que está na febre do rato pra catar os moleques.
Os moleques cansam, param um pouco de correr e o gigante os alcança.
Engraçado que os garotos tentam enfrentar o gigante, claro eles não conseguem nada.
Um deles toma um tapa do gigante e voa, caindo no chão.
O outro fica com o pé do gigante em cima dele, a ponto de esmagá-lo.
Vocês estão acompanhando o raciocínio? Então agora pensem.
A força de um gigante é muito maior que de um humano, isso é lógico. Os garotos são isso, garotos, pequenos, de pouca idade, como eu disse antes.
O garoto que toma o tapa do gigante cai, perde o arco e não se machuca seriamente.
Mas ei, EI, EI! O gigante agora a pouco tava querendo matar eles!
Mais, eles tiveram a audácia de levantar armas contra o gigante. Foram pra cima.
Eu não sei vocês, mas se eu fosse o gigante, não daria um tapa fraco no menino.
Daria um tapa forte.
Que aconteceu aqui? O gigante ficou com dó dos moleques?
Mas o pior foi o moleque que ficou preso debaixo do pé do gigante.
Se eu falar que o gigante fala lá umas coisas desmerecendo os moleques, chega o Reegam em cima de uma árvore, atalha com um discurso... não, um PUTA discurso contra ele...
E o guri fica ali, debaixo do pé do gigante escutando? O gigante não pisa nele, não o mata. Fica de papo com o Hullikim.
Vocês acreditariam?
Nem eu!
E o Reegam ATACA o gigante, ESQUIVA do gigante, DERRUBA o gigante.
E o gigante não pisa no moleque??? Oi, oi, planeta Terra, aqui é Lucas Silva e Silva! -q Eu estou no mundo da lua porque não estou entendendo mais nada!
Preciso contar o resto? Reegam vence o gigante, todos voltam pra casa e blablabla estamos felizes, weeee~
Cara...
Eu não sei o que dizer mais dessa história. Quando eu li coisas no blog de Rapsódia parecia legal, pela prévia tava legal também.
Eu abrir a edição e ver uma bosta merdolenta dessa, algo do nível de fanfic ruim, me doeu um bocado.
Sakuda, de boa, de boa mesmo, além de você, quantos mais leram o roteiro antes de fazerem o mangá, hein? Você, o Carlos Sneak....mais alguém?
Ninguém aí notou essa puta falha, esse puta erro na coerência não?
O Lancaster não leu isso não?
Deixou ir impresso a qualquer feita, qualquer preço e foda-se, foi isso?
Uma idéia me ocorreu agora, tu deve ter feito essa história quando era editor intocável, logo ninguém falaria que está ruim, acho eu. Brasileiro tem dessas merdas. É tu fica num carguinho um mílimetro superior, tudo que tu faz está certo, tudo que tu mostra é lindo, vai ver foi isso que aconteceu.
Não sei.
Agora, se tu não tava numa de “sou editor, riarriarriarriar~” devo pensar que a equipe da revista tá meio que cagando e andando uns pros outros, é isso? Confere produção? Eles são um grupo, mas é cada um por si e Deus por todos? (claro, exceto pra aqueles que forem ateus! ).
Se for isso mesmo, então só lamento pra Ação Magazine!
Por quê esse “Seja o novo!” de vocês tá cheirando mais velho que um múmia!
Até o número 3, senhores!